quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

"Leituras do Desejo em Camilo Castelo Branco"

No próximo dia 2 de Fevereiro, conforme cartaz abaixo, realiza-se uma conferência subordinada ao tema "Leituras do Desejo em Camilo Castelo Branco".
Estão convidados a participarem nesta conferência, inscrevendo-se. Para este efeito podem fazer o download da ficha de inscrição para a qual têm uma ligação em baixo.



Download da Ficha de inscrição:
http://www.box.net/shared/lxps48cuav

domingo, 2 de janeiro de 2011

ANO NOVO

De Luís Vaz de Camões

Jamais haverá ano novo,
se continuar a copiar os erros dos anos velhos.

De Carlos Drummond de Andrade

Receita de Ano Novo
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consuma
dasnem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

De Miguel Torga

Recomeça…
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…

De Fernando Pessoa

Tudo o que já não é
A dor que já não me dói
A antiga e errónea fé
O ontem que a dor deixou
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia.

Também de Fernando Pessoa

Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas,
que já tem a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e,
se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre,
à margem de nós mesmos.

Ainda de Fernando Pessoa

Ano Novo
De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que precisamos continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar...
Portanto devemos:
Fazer da interrupção um caminho novo...
Da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro... 

“O Morgado de Fafe em Lisboa”

Os alunos do 10º ano a Escola Secundária Francisco de Holanda assistem à palestra sobre “O Morgado de Fafe em Lisboa” de Camilo Castelo Branco.

No passado dia 23 de Novembro, os alunos do 10º ano dos Cursos Profissionais deslocaram-se à Biblioteca Municipal Raúl Brandão, para assistir à palestra dinamizada pela equipa da biblioteca da escola. A organização esteve a cargo do 12º TSE, no âmbito das actividades de ensino-aprendizagem da disciplina de Técnicas de Secretariado.

Esta palestra visava sensibilizar os jovens para a importância da leitura, neste caso, para a obra de Camilo Castelo Branco, “O Morgado de Fafe em Lisboa”, prefaciada pelo Dr. Cândido Martins.

Os alunos mantiveram-se interessados e atentos ao discurso do orador, tendo colocado algumas questões pertinentes.

A palestra foi encerrada pelo editor da Opera Omnia, José Manuel Costa, que deu particular ênfase à atitude que os jovens devem ter face à leitura, devendo estes saber ler as obras à luz da época em que foram escritas, libertando-se dos estereótipos da actualidade e desenvolvendo o seu espírito crítico.

Manuela Paredes